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Estamos participando do Programa de Aceleração da Lellolab e gostaríamos da sua ajuda!



Mundo SEM Bitucas nasceu em 2016 com incômodo de ver a grande quantidade de bitucas de cigarros descartadas incorretamente em espaços públicos da capital paulista. Por isso, nossa missão é conscientizar fumantes e não fumantes sobre os impactos do descarte inadequado das bitucas de cigarro e propõe soluções por meio atividades educativas em busca de uma melhor qualidade de vida e saúde coletiva.

Atualmente estamos participando do Programa de Aceleração da Lellolab com objetivo de melhorar as cidades e a vida em comum em condomínios. Este formulário tem como objetivo entender como o Mundo SEM Bitucas pode auxiliar na prática de educação ambiental, saúde e gestão de resíduos do seu condomínio focando no público de residentes, fumantes e não fumantes, e seus impactos - soluções do ato de fumar e seus resíduos pós-consumo de cigarro. Também é importante dizer que os dados aqui coletados não serão disponibilizados e serão utilizados apenas para fins de pesquisa, respeitando assim a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Seu preenchimento não leva mais do que 5 minutos e temos como prazo limite até 17/07/2023. Agradecemos o seu apoio e tempo em ajudar na cocriação #PorUmMundoSemBitucas =) Qualquer dúvida, entre em contato conosco no (11) 97085-7373 ou msbitucas@gmail.com. Saiba mais em: https://linktr.ee/mundosembitucas

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Falar dos oceanos é afirmar que ele é a nossa maior fonte de vida, no qual possui um papel fundamental no meio ambiente e no futuro da humanidade. Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra e contém 97% de toda a água do planeta, regulando alterações climáticas e meteorológicas, moldando à química da Terra e abrigando diversas espécies. [1]

Ao longo dos anos, atividades humanas ganharam espaço, e com isso os impactos e a crise ambiental tornaram-se cada dia mais evidente. A gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos, tem mostrado crescimento, gerando um grave problema ambiental contemporâneo. As bitucas de cigarro são um dos resíduos sólidos mais abundantes nas ruas e representam grande parte dos itens coletado nas praias. Seu descarte incorreto gera contaminantes que agridem o meio ambiente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) de 15 bilhões de cigarros vendidos diariamente, são descartados 10 bilhões de forma incorreta [2]. Esses resíduos têm aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas que contribuem para a poluição, gerando contaminação dos solos e dos lençóis freáticos [3].

Com o objetivo de minimizar essa problemática, o Mares sem Plástico, projeto institucional da Universidade Federal da Paraíba, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Cláudia de Oliveira Cunha, desde 2019 atua no combate ao lixo no mar, apresentando para a sociedade o impacto da poluição plástica em ambientes marinhos e costeiros através de ações educativas. O projeto realiza mutirões de limpeza nas praias de João Pessoa e região metropolitana, realizando triagem a partir da segregação e pesagem dos materiais coletados.

Figura 1 - Exemplo de ações realizadas nas praias de João Pessoa.


Considerando a grande quantidade de bitucas de cigarro nas praias monitoradas, o Projeto realizou em 2019 uma intervenção inédita na Paraíba com a instalação de coletores de bitucas “bituqueiras” no Campus I da UFPB, na orla de João Pessoa e região metropolitana, bem como, nos Catamarãs de passeios turísticos.

Figura 2 - Exemplos de intervenções realizadas pelo projeto.


As bitucas de cigarro coletadas nos mutirões integram a coleção didático-científica de lixo marinho do Mares sem Plástico e são utilizadas em trabalhos de pesquisa do Laboratório de Estudo em Química Ambiental, localizado no Departamento de Química/CCEN da UFPB.

Em 2021, o projeto idealizou a campanha chamada Mares sem bitucas #naoexistelixopequeno com objetivo sen­sibilizar a sociedade a partir de imagens inéditas e de impacto positivo.

Figura 3 - Ilustração da campanha Mares sem bitucas #naoexistelixopequeno.


Autoras:

- Maria Eduarda de Lima Sousa Marques, Formada em Química Industrial, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal da Paraíba (UFPB);

- Cláudia de Oliveira Cunha, Formada em Engenharia Química, Docente do Departamento de Química, Universidade Federal da Paraíba (UFPB).


[1] PENDLETON, L.; EVANS, K.; VISBECK, M. We need a global movement to transform ocean science for a better world. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 117, n. 18, p. 9652-9655, 2020.

[2] BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dados e números da prevalência do tabagismo. Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco, 2019. Disponível em: < https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-nu meros-prevalencia-tabagismo>. Acesso em: 16 de jan. de 2023.

[3] BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer. Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco: Razões para parar de fumar, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-dotabagismo/razoes-para-parar-de-fumar. Acesso em: 16 jan. 2023.


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Seguimos lutando #PorUmMundoSemBitucas =)

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Uma ação do Projeto de Extensão Oceano sem Bituca - UFC.


Em todo o mundo, a bituca de cigarro (BC) é um dos resíduos sólidos mais encontrados em praias (LOIZIDOU; LOIZIDES; ORTHODOXOU, 2018; SIMEONOVA; CHUTURKOVA; YANEVA, 2017), não sendo diferente nas praias brasileiras (PEDROSA; MOSCHIN; GIORDANO, 2016; SILVA-CAVALCANTE; ARAUJO; COSTA, 2013). Os principais problemas associados à presença de BCs no ambiente marinho são a ingestão de BCs por animais marinhos, com consequente bloqueio do seu sistema gastrointestinal, e a contaminação química do meio ambiente, em decorrência das mais de 5 mil substâncias potencialmente tóxicas presentes nas BCs. Entre essas substâncias podem ser encontrados compostos cancerígenos e mutagênicos, tais como metais pesados e agrotóxicos. Além disso, as BCs também estão relacionadas à problemática dos microplásticos, já que o filtro do cigarro é fabricado com acetato de celulose e, em decorrência do intemperismo desse material, minúsculas fibras plásticas acabam sendo liberadas no ambiente marinho, causando danos à pequenos animais que ingerem essas partículas. Os problemas atribuídos às BCs não ficam restritos apenas aos animais marinhos, mas também aos seres humanos, já que peixes e frutos do mar podem ser contaminados por esses poluentes e acabarem no nosso organismo.

A Praia do Lido, conhecida popularmente por “Praia dos Crush” pelos fortalezenses, corresponde a um trecho da Praia de Iracema e é um dos principais destinos de lazer de jovens. A presença de BCs na areia dessa praia é constante e muito comum de se ver, mesmo a Praia do Lido sendo contemplada com o serviço público de limpeza de praia. Nesse contexto, o projeto de extensão Oceano sem Bituca (OsB), do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará (UFC), surgiu em 2019 com a proposta inicial de desenvolver ações de educação e conscientização ambiental, visando a redução do descarte inadequado de BCs na Praia do Lido, Fortaleza, Ceará. O projeto conta com a participação efetiva de alunos e alunas de Ciências Ambientais e de Oceanografia da UFC e, de 2019 para cá, foram realizadas diversas ações ligadas à essa problemática, envolvendo atividades de diagnóstico, divulgação e conscientização, que culminou no trabalho de conclusão de curso “PANORAMA DA POLUIÇÃO POR BITUCAS DE CIGARRO NA PRAIA DO LIDO, FORTALEZA, CEARÁ” (RIBEIRO, 2022), defendido por Guilherme de Melo Ribeiro, Cientista Ambiental formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Projeto OsB, e orientado pelo Prof. Dr. Michael Barbosa Viana, sendo esta a primeira publicação acadêmica realizada com os dados gerados pelo OsB.

Nos cinco meses de levantamento de dados (entre alta e baixa estação turística), o estudo determinou as quantidades semanais e mensais de BCs na areia da praia (Figura 1). Além disso, realizou-se uma avaliação da eficiência da limpeza pública de praia na retirada de BCs, baseada na quantificação de resíduos antes e depois da realização da limpeza e no nível de degradação das BCs coletadas. Por fim, os pesquisadores realizaram um estudo de percepção ambiental para compreender a relação entre os frequentadores da Praia do Lido e o descarte inadequado de BCs na praia, possibilitando o entendimento das causas desse descarte inadequado.

Figura 1 - Equipe de pesquisadores realizando a coleta de resíduos sólidos e BCs na areia da Praia do Lido/Crush.


Os resultados do diagnóstico feito em uma área de amostragem igual a 941 m² mostraram que as BCs foram os resíduos mais encontrados na Praia do Lido, representando 38% dos resíduos descartados de forma inadequada na areia da praia. Em termos quantitativos, nós encontramos, somente na área de amostragem, 4.137 BCs, que é equivalente a 0,76 BC/m². As BCs superaram até mesmo a quantidade total de plásticos identificados pelos pesquisadores. Como já esperado, as quantidades de resíduos coletados nos finais de semana (FDS) foram maiores que no restante da semana, com um quantitativo 74% maior que as quantidades coletadas nos dias úteis. O conhecimento de tal valor é de grande importância para orientar planos de limpeza pública, já que ajudam na determinação de qual deve ser a intensidade dos esforços de limpeza para uma determinada área da praia durante o FDS.

Além disso, o estudo determinou que a limpeza pública realizada na praia não é eficiente na retirada de BCs. Os percentuais de remoção de BCs pelo maquinário variaram bastante ao longo dos meses mas, surpreendentemente, o resultado desse levantamento mostrou que, em média, o que ocorre é um aumento de 7% na quantidade de BCs na areia após a passagem do maquinário de limpeza. A principal explicação dessa baixa eficiência de remoção decorre do fato de as BCs serem pequenas o suficiente para passarem facilmente pela malha recolhedora de resíduos, além do fato do maquinário revolver a areia quando passa, permitindo que as BCs enterradas na areia sejam retornadas à superfície da areia durante a sua passagem (Figura 2A). Embora as BCs possuam comprimento médio (3,5 cm) maior que a malha do maquinário de limpeza (3,0 cm), seu formato cilíndrico de diâmetro reduzido (0,8 cm) não garante a retenção das BCs e nem de outros resíduos de perfil semelhante (Figuras 2B e 2C).

Figura 2 - (A) Bitucas de cigarro vistas na areia da Praia do Lido após a passagem do maquinário de limpeza; (B) Maquinário de limpeza ou varredeira mecanizada; e (C) malha de de retenção de resíduos do maquinário de limpeza.


Outro dado importante fornecido pelo estudo foi que 52% das BCs encontravam-se em um nível de degradação baixo (ou bastante conservadas em relação à sua condição original), indicando que o descarte de BCs na areia é bastante superior à retirada de BCs pelo maquinário e garis. Além disso, as BCs muito degradadas foram as segundas mais coletadas (29%), indicando que, de fato, as BCs se acumulam na areia da praia e acabam se deslocando para a superfície devido ao revolvimento da areia, causado pela passagem do maquinário.

Por meio da aplicação de questionários entre os frequentadores na praia, foi possível identificar que o público ainda desconhece ou não sabe o suficiente sobre os problemas ambientais gerados pelas BCs, além de acreditarem que a limpeza pública realizada na Praia do Lido é eficiente na retirada desse resíduo. Esta percepção pode ser considerada preocupante, já que o estudo provou o contrário. Logo, a falta de percepção dos frequentadores pode acarretar na falsa sensação de que a BC jogada na areia da praia vai ser retirada pelo sistema público de limpeza de praia e, dessa forma, o frequentador pode não se sentir motivado a realizar o descarte adequado da BC, sugerindo que ações de conscientização ambiental devem ser implementadas entre essas pessoas.

Após realizar um complexo diagnóstico da poluição da Praia do Lido por BCs, em 2022 o projeto OsB intensificou as atividades de conscientização ambiental nesta praia, onde os extensionistas vão a campo uma vez por mês (geralmente no FDS), em dois horários (manhã e tarde), para conversar com os frequentadores, com foco nos fumantes, acerca da problemática do descarte incorreto das BCs. Para tornar a conscientização ambiental mais dinâmica e eficaz, são usados materiais visuais com imagens e informações sobre as BCs e é explicada a importância de não descartá-las incorretamente, mostrando também como esse descarte deve ser feito (Figura 3). Além disso, os banhistas são motivados a acompanhar o conteúdo digital produzido e divulgado por meio da conta do OsB na rede social Instagram (@oceanosembituca). Para acompanhar e avaliar a eficiência das ações de conscientização ambiental, a equipe do projeto realiza mensalmente levantamentos quali-quantitativos de BCs e de outros resíduos sólidos e os resultados dessa conscientização têm sido positivos, pois, até o momento, foi constatado 28% de redução da quantidade de BCs encontradas na faixa de areia desde a intensificação das ações de conscientização. Embora seja um percentual relativamente baixo de redução (nossa meta inicial é 60%), esperamos maior efetividade nos próximos meses.

Figura 3 - Equipe do Oceano sem Bituca conscientizando banhistas da Praia do Lido acerca da problemática do descarte inadequado de bitucas de cigarro.


Desde o início do projeto OsB, a ideia é também implantarmos bituqueiras fixas nas praias e distribuir bituqueiras portáteis entre banhistas fumantes, seja por meio da modalidade de empréstimo ou pela doação dessas bituqueiras portáteis. Esse sistema de coleta e descarte é bastante promissor no sentido de reduzir as BCs na areia da praia, mas sua implantação pelo OsB fica limitada, principalmente, pela falta de apoio financeiro. Até já foram feitas algumas tentativas de parceria entre o OsB e empresas da região (inclusive empresas autodeclaradas eco-friendly) mas, aparentemente, esta iniciativa ambiental não está, de fato, nas prioridades ou na agenda desses empreendedores.

Recentemente, o projeto OsB ampliou sua área de atuação para as praias da região metropolitana de Fortaleza. Em 2023, nossas ações de diagnóstico, de conscientização e a proposta da implantação do sistema de bituqueiras deverão contemplar outras praias. Assim, esperamos cada vez mais adeptos no Oceano sem Bituca e nos unirmos cada vez mais por uma causa comum, que é ter um mundo sem bitucas no meio ambiente.


Autores:

- Guilherme de Melo Ribeiro: Bacharel em Ciências Ambientais pela UFC;

- Ingrid Farias Cardozo: Estudante de bacharelado em Ciências Ambientais pela UFC;

- Maria Tayane Martins Mota: Estudante de bacharelado em Ciências Ambientais pela UFC;

- Michael Barbosa Viana: Professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR)/UFC.



Referências:

LOIZIDOU, Xenia I.; LOIZIDES, Michael I.; ORTHODOXOU, Demetra L. Persistent marine litter: small plastics and cigarette butts remain on beaches after organized beach cleanups. Environmental Monitoring and Assessment, [S.l], v. 190, n. 7, p. 1-10, 20 jun. 2018. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s10661-018- 6798-9. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10661-018-6798-9. Acesso em: 1 jun. 2020.


PEDROSA, Rafael Alves; MOSCHIN, Aurélio; GIORDANO, Fabio. Lixo marinho - Levantamento de resíduos sólidos nas praias de Santos – SP. Unisanta Bioscience, Santos, v. 5, n. 2, p. 176-185, 2016. Disponível em: https://periodicos.unisanta.br/index.php/bio/article/download/440/691. Acesso em: 8 jul. 2021.


RIBEIRO, Guilherme de Melo. Panorama da poluição por bitucas de cigarro na Praia do Lido/Crush, Fortaleza/Ceará. 2022.


SILVA-CAVALCANTI, Jacqueline Santos; ARAUJO, Maria Christina Barbosa; COSTA, Monica Ferreira. Padrões e tendências a médio prazo da contaminação por resíduos sólidos na praia de Boa Viagem, Nordeste do Brasil. Quaternary And Environmental Geosciences, [S.l], v. 4, n. 1-2, p. 17-24, 31 Dez. 2013. Universidade Federal do Paraná. http://dx.doi.org/10.5380/abequa.v4i1-2.25691. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/abequa/article/view/25691/22547. Acesso em: 1 jun. 2020.


SIMEONOVA, Anna; CHUTURKOVA, Rozalina; YANEVA, Velika. Seasonal dynamics of marine litter along the Bulgarian Black Sea coast. Marine Pollution Bulletin, [S.l], v. 119, n. 1, p. 110-118, jun. 2017. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2017.03.035. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0025326X17302539?via%3Dihub. Acesso em: 1 jan. 2021.


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