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Minha percepção quanto às bitucas de cigarro

Atualizado: 6 de out. de 2020

Por Ioni Cristine Quintino de Carvalho, Bióloga.

Há alguns anos, perceber a presença de bitucas em vários espaços públicos passou a me incomodar e, com isso, despertou em mim a curiosidade de entender mais sobre esses resíduos. Porém, mal sabia eu que esse micro-lixo (nem tão micro assim...) poderia causar tantos danos ao meio ambiente.

Ao ingressar na faculdade de Ciências Biológicas com quase 50 anos, o meu direcionamento sempre foi ligado às questões ambientais e, na busca de um tema para o meu Trabalho de Conclusão de Curso fez com que eu encontrasse o Movimento Mundo SEM Bitucas. A partir desse encontro não tive dúvidas, a minha pesquisa seria sobre os resíduos de cigarro, popularmente conhecidos como bituca, guimba, xepa, etc.

O meu Trabalho de Conclusão de Curso teve como título “Impactos Ambientais de Resíduos de Cigarro por Descarte Inadequado”. Iniciei as pesquisas bibliográficas para justificar a minha pesquisa em campo e, quanto mais pesquisava mais me dava conta do tamanho do problema que os resíduos de cigarro representavam à saúde do meio ambiente, tanto aos ecossistemas terrestres quanto aos ecossistemas aquáticos e, consequentemente, à saúde dos seres humanos.

Muito se fala sobre os malefícios do cigarro à saúde dos fumantes ativos e passivos, mas, se esquecem de que os seus malefícios não param por aí, pois os resíduos gerados no ato de fumar contêm também milhares de substâncias tóxicas. Tanto a fumaça liberada na atmosfera quanto os filtros descartados inadequadamente (por ignorância dos seus impactos negativos ou por irresponsabilidade), são altamente prejudiciais à saúde de todos os seres vivos.

As bitucas são apenas uma ponta do problema, pois os impactos negativos relacionados aos cigarros começam desde a plantação do tabaco, provocando desmatamentos, impactando solo, ar, água e trabalhadores com o uso de agrotóxicos, etc.

No Brasil há poucas pesquisas sobre os impactos das bitucas ao meio ambiente, mas, vejo uma luz no fim do túnel, como as campanhas realizadas pelo MSB e por pesquisas valiosas de alguns pesquisadores brasileiros que estão servindo para alertar e abrir os olhos de alguns setores do governo e da sociedade.

Após ter lido tantos artigos científicos nacionais e internacionais (grande maioria), cheguei a uma única conclusão: os cigarros deveriam ser banidos da face da nossa amada Terra, pois não trazem nenhum benefício aos fumantes, não fumantes e muito menos ao meio ambiente. Aliás, o único beneficiado nessa história, é a indústria tabaqueira com seus altivos lucros financeiros, mas, quem paga a conta somos nós, fumantes ou não fumantes.

Ok, banir o cigarro pode ser uma utopia, por enquanto. Então, quem sabe, poderiam retornar os cigarros sem filtros, como eram antigamente e, cada usuário teria o seu próprio filtro reutilizável, pois é sabido que os filtros não protegem os fumantes das substâncias nocivas contidas no cigarro e que são apenas utilizados como marketing pela indústria. Talvez gerassem menos impactos…

Imagens que representam algumas das ações de coleta de bitucas em parceria com o Mundo SEM Bitucas.



Saiba mais sobre o projeto Mundo SEM Bitucas pelos links a seguir:

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